sábado, 31 de dezembro de 2011

Feliz 2012!

Sei que andei sumida...

Andei bem ocupada, e depois sem internet.

Mas não deixaria de passar aqui para desejar a todos um FELIZ 2012!!!


Obrigada a todos que acompanharam o blog até o momento... ano que vem, retomo as atividades!

Beijos e se cuidem!

domingo, 18 de dezembro de 2011

Saúde



"Saúde"
[Rita Lee]

Me cansei de lero-lero
Dá licença, mas eu vou sair do sério
Quero mais saúde
Me cansei de escutar opiniões
De como ter um mundo melhor

Mas ninguém sai de cima, nesse chove-não-molha
Eu sei que agora eu vou é cuidar mais de mim

Como vai? Tudo bem
Apesar, contudo, todavia, mas, porém
As águas vão rolar, não vou chorar
Se por acaso morrer do coração
É sinal que amei demais

Mas enquanto estou viva e cheia de graça
Talvez ainda faça um monte de gente feliz

Como vai? Tudo bem
Apesar, contudo, todavia, mas, porém
As águas vão rolar, não vou chorar, não!
Se por acaso morrer do coração
É sinal que amei demais

Mas enquanto estou viva e cheia de graça
Talvez ainda faça um monte de gente feliz...

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Occupy Wall Street -> Occupying our minds

"Occupy Wall Street" [OWS] se tornou um estado de espírito, que está se espalhando pelo mundo.

É o que eu penso, assistindo e ouvindo acontecimentos no mundo todo, perto de mim e, também, diretamente comigo.

Digo por que.

Fui (tentar) viajar neste último feriadão do dia 15 de novembro. Digo "tentar" porque foi bem difícil  embarcar no ônibus que, à princípio, deveria ter saído às 21:25h. Era de se esperar, racionalmente, algum tipo de atraso, pelo fato de ser véspera de feriadão, na rodoviária de uma capital, de onde milhares de cidadãos estavam tentando sair - na mesma hora. Mas aconteceu que ônibus com horário marcado após as 21:25h chegavam, embarcavam e saíam, sem que o das 21:25h tivesse dado qualquer sinal de estar chegando. Além disso, os motoristas destes ônibus diziam que "estavam todos perdidos".

Eu e outra passageira, então, nos dirigimos a uma sala (supostamente) VIP, que pertencia à empresa do nosso ônibus e mais 3 outras empresas. Aí começou a peripécia. Não conseguimos informação ali. Não só as funcionárias não sabiam o que havia acontecido com o ônibus, como não sabiam sequer o nome do responsável da empresa. Nos mandaram então até o guichê onde compramos as passagens. Nada lá também. Só nos diziam que o ônibus estava chegando (o mesmo que estavam dizendo desde às 21:15h, sendo que já era +ou- umas 22:30h). Nos mandaram de volta à plataforma, onde deveriam estar duas pessoas lá - RESPONSÁVEIS - da empresa.

Já havia um moço ali no guichê, indignado, principalmente com o fato de ninguém do outro lado do balcão mostrar qualquer sinal de empatia com a situação dos passageiros, ainda nos mandando procurar a solução em outro lugar - justamente o lugar de onde estávamos vindo, onde não havia ninguém da empresa (porque mais estaríamos ali??).

Nesse meio tempo, apareceram outro moço e uma menina - vindos da plataforma, informando ao senhor que nos "atendia" que os passageiros deste tal ônibus problemático haviam se instalado, juntamente com suas malas, no espaço onde eram feitos os embarques. Ou seja, nenhum ônibus mais iria fazer embarques, enquanto o nosso não chegasse. Nem preciso dizer que isso causou uma confusão enorme na rodoviária, já que outros ônibus começaram a atrasar também, devido a essa nossa ocupação. Houveram várias tentativas dos funcionários para nos tirar dali, mas ninguém se mexeu, inclusive ocupando outro box, que estava sendo utilizado pelas empresas da sala VIP mencionada. Alguém então gritou: "se vocês não saírem, vamos chamar a polícia!". Sabem qual foi a resposta? Pode chamar. Gostaríamos muito que alguém resolvesse essa situação. Afinal, nós estávamos com a razão.  

Placa do movimento OWS
A primeira falha dessa empresa foi não ter disponível um ônibus extra  para o caso de algum ônibus estragar (algumas empresas fazem isso, colocam todos os ônibus para viajar, para lucrar mais quando chega uma época de grande movimento - como um feriadão, por exemplo). A consequência disso é que, se um ônibus, de fato, estraga, não há o que fazer a não ser esperar que este ônibus seja concertado. A segunda falha foi a total desconsideração e falta de respeito com os passageiros deste ônibus, que não foram informados do que estava acontecendo e foram simplesmente abandonados a esperar um ônibus que ninguém sabia se iria chegar ou não.

A atitude correta da empresa seria, primeiro, ter um ônibus extra.. Segundo, dirigir-se aos passageiros dizendo: "Senhores passageiros do ônibus X, com saída prevista para as 21:25h, o referido ônibus teve problemas, os quais estamos tentando resolver e, dentro de tanto tempo, esperamos efetuar o seu embarque. Favor aguardem em tal lugar" (a sala VIP então serviria, quem sabe, para alguma coisa)".

Enfim, depois de muito tumulto e muito cansaço, o nosso ônibus finalmente apareceu. À meia-noite.

Ah! E nenhuma das pessoas da empresa, que deveriam estar na plataforma, apareceram. Pelo menos em todo o tempo em que estávamos ali.

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Peço desculpas pela história longa, mas achei que deveria compartilhar a experiencia, como ela ocorreu.

Durante a nossa pequena "ocupação" e depois também, conversando com alguns passageiros - todos jovens, na faixa dos 20, 30 - ouvi um passageiro dizer que viaja há muito tempo, e já viu muitas situações assim acontecerem, inclusive com ele, mas que nunca ninguém se movimentava, se organizava e protestava, da forma como fizemos aquele dia, para reivindicar alguma solução.

E eu acredito que isso só aconteceu pelo espírito do movimento OWS, que se espalha pelo mundo, inspirando pessoas de todos os lugares e em diversas situações.

Placa do OWS

As pessoas não querem mais ficar caladas diante daquilo que está - de forma clara e cristalina - errado. As pessoas estão tomando consciência do poder da maioria, do poder que temos se juntarmos as forças para lutarmos por aquilo que achamos mais correto, mais adequado para nós.

Eu aplaudo o movimento OWS, pela coragem, determinação, clareza de organização. Sei que este movimento se inspirou em outros eventos ocorridos anteriormente, na Espanha, além dos eventos ocorridos nos países Árabes, também.

Mas a repercussão mundial se deve ao OWS. A força de perpetuação das idéias, também.
A clareza com que os manifestantes enxergam os meios corretos de agir, de expôr as idéias - SEM VIOLÊNCIA, não cansam de repetir - também.

Vejo as notícias de cada região, país, estado, fazendo o seu próprio "Occupy...", e torço para que as pessoas mantenham a clareza dos meios, já que os objetivos variam de acordo com as necessidades de cada grupo.

O MOVIMENTO OCCUPY WALL STREET INSPIRA AS PESSOAS A MANIFESTAREM AS SUAS INSATISFAÇÕES - MAS COM ARGUMENTAÇÃO BEM FUNDAMENTADA E SEM VIOLÊNCIA ALGUMA - Esta é a sua mensagem principal.


Espero que esse espírito se perpetue e permaneça nas pessoas. Que se torne uma postura através da qual as pessoas reivindiquem aquelas coisas que são NECESSÁRIAS A TODOS, mas que no caminho torcido seguido pela humanidade até agora, tem estado disponível apenas para poucos.



Nicole Nothen de Oliveira

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

A Formiga



Às vezes, quando estou a caminho do trabalho, pensando o quanto estou cansada e quanto ainda há para ser feito, penso naquela formiga que cruza o meu caminho carregando algo que pesa muito mais do que ela.

Sim, as formigas conseguem carregar um peso até 100 vezes maior do que o seu próprio.

Quando as vejo fazendo isso, penso que elas vivem trabalhando para um bem comum. Mesmo se não tiverem consciência disso...

E eu acredito que, se for para o bem comum, todo trabalho vale a pena.

Então,  lá vou eu carregar a folhinha que me compete!

Um bom final de semana a todos!

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Desabafo

Eu não gosto de coisas fáceis.
Não vim pra esse mundo pra viver de atalhos.

Seminário Internacional "Poéticas do espaço-tempo. Contribuições para uma era não fundamentalista."

- International Seminar: Space-time poetics - 


Este Seminário foi concebido pela Professora Eda Terezinha de Oliveira Tassara, Professora Titular do Instituto de Psicologia do Instituto de Psicologia da USP e coordenadora do Grupo de Estudos em Psicologia Socioambiental do Instituto de Estudos Avançados da USP.

Segue a programação:


Instituto de Estudos Avançados e Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo
promovem

Seminário Internacional
Poéticas do espaço-tempo: contribuições para uma era não fundamentalista.

Data: 24 de outubro de 2011
Horário: das 9:00h às 16:30h
Local: Auditório da Livraria Cultura – Conjunto Nacional – São Paulo-SP

PROGRAMAÇÃO

Das 9h às 12h

Abertura do Seminário

Professor César Ades, diretor do IEA/USP, Professora Eda Tassara, coordenadora do Grupo de Estudos em Psicologia Socioambiental do IEA/USP e Professora Leny Sato, Chefe do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho do Instituto de Psicologia (IP/USP).

Espaço-Tempo na Sociedade Contemporânea
Massimo Canevacci
Antropólogo, Professor da Università La Sapienza di Roma, Itália, e professor convidado da Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil

Espaço-Tempo na Ciência e na Cosmologia Científica
Michel Paty
Físico e Filósofo, Professor Emérito da Universidade Paris VII, França, e professor visitante na Universidade de São Paulo, Brasil

Das 13:30h às 16:30h

Imagens: de que tempo é este espaço?

Jean-Pierre Goubert
Historiador, Professor da École des Hautes Études en Sciences Sociales, Paris V, França.

Maureen Bisilliat
Fotógrafa e documentarista, Criadora do Pavilhão da Criatividade do Memorial da América Latina, São Paulo, Brasil.

Francisco Javier Guevara Martinez
Psicólogo, Professor da Universidad Popular Autónoma del Estado de Puebla , (UPAEP), México.

Debates e projeções de filmes e fotos

Apoio:
Livraria Cultura
Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social (PST-USP)
Grupo Casa

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Desistir?

Desistir?
Eu já pensei seriamente nisso, mas nunca me levei realmente a sério. É que tem mais chão nos meus olhos do que cansaço nas minhas pernas, mais esperança nos meus passos do que tristeza nos meus ombros, mais estrada no meu coração do que medo na minha cabeça.

Cora Coralina

sábado, 15 de outubro de 2011

Ocupar Wall Street / Wind of Change

Placa da Manifestação
"Occupy Wall Street"
"Enquanto um povo é constrangido a obedecer e obedece, faz bem; tão logo ele possa sacudir o jugo e o sacode, faz ainda melhor; porque, recobrando a liberdade graças ao mesmo direito com o qual lhe arrebataram, ou este lhe serve de base para retomá-la ou não se prestava em absoluto para subtraí-la.
(...)
"Enquanto numerosos homens reunidos se consideram como um corpo único, sua vontade também é única e se relaciona com a comum conservação e o bem-estar geral. Todas as molas do Estado são então vigorosas e simples, suas sentenças são claras e luminosas; não há interesses embaraçados, contraditórios; o bem comum mostra-se por toda parte com evidência e apenas demanda bom senso para ser percebido. A paz, a união, a igualdade são inimigas das sutilezas políticas. Os homens retos e simples são difíceis de enganar, justamente em virtude de sua simplicidade; os engodos, os pretextos refinados, não se impõem a eles, que, de resto, não são assaz sutis para serem tolos. Quando vemos, entre o povo mais feliz do mundo, grupos de camponeses regularizarem, à sombra de um carvalho, os negócios do Estado, e se conduzirem sempre com sabedoria, podemos evitar o menosprezo dos refinamentos das outras nações, que se tornam ilustres e desdenhadas com tantos artifícios e mistérios?

[Trechos do livro de Jean-Jacques Rousseau, O Contrato Social (1972).]

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Manifestante da
"Occupy Wall Street"
Desde o dia 17 de setembro de 2011, manifestantes ocuparam  o Parque Zucotti, próximo ao coração do mercado financeiro de Nova York - na Wall Street, protestando contra a dominação das corporações sobre a política (este movimento está sendo denominado "Occupy Wall Street"). Mas esta é apenas uma de suas manifestações, uma vez que representantes do movimento já declararam que a ocupação é apenas uma oportunidade para as diversas nações do mundo também manifestarem as suas insatisfações e, dessa forma, buscarem caminhos para um futuro melhor do que este que se apresenta - tão confuso, incerto e repleto de perspectivas apavorantes.

Com esses acontecimentos, penso que a população mundial esteja começando a se dar conta de que, somente unindo forças de todo e cada cidadão do mundo, em prol dos mesmos objetivos e valores, poderemos vislumbrar a possibilidade de reverter a situação em que nós mesmos nos colocamos. E não é apenas permitindo a dominação de grandes corporações que agem dentro da política, mas também no nosso dia-a-dia, quando não levamos em consideração as consequências dos nossos atos para a vida no planeta, que acabamos perdendo as rédeas do nosso futuro.

O bem-comum só será alcançado pelo esforço comum em direção a ele.

Será o vento da mudança?



Wind of Change
Scorpions
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A seguir, links para notícias relativas ao tema "Ocupar Wall Street":

Venham todos ocupar Wall Street, pede Michael Moore
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=18595

Naomi Klein: Ocupa Wall Street é o movimento mais importante do mundo hoje
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=18653

Chomsky apoia movimento Ocupa Wall Street
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=18609

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Jardins da Babilônia



Jardins da Babilônia
(Rita Lee)

(...)
"Quem não chora daqui"
"Não mama dali"
Diz o ditado
Quem pode, pode
Deixa os acomodados
Que se incomodem...

Minha saúde não é de ferro não
Mas meus nervos são de aço
Prá pedir silêncio eu berro
Prá fazer barulho
Eu mesma faço
Ou não!...

(...)

O palhaço ri dali
O povo chora daqui
E o show não pára
E apesar dos pesares do mundo
Vou segurar essa barra...

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

El puente (2)

Desde a minha graduação, direcionei os meus trabalhos para o estudo psicossocial da identidade.

Em um deles, nós fazíamos grupos com adolescentes e ali discutíamos a construção da identidade e as consequências desse processo na vida deles (e de alguma maneira, acabamos refletindo sobre a nossa também).

Uma das conclusões desses trabalhos foi que, independentemente da época da vida em que nos encontramos, chegaremos - vez ou outra - em um ponto onde teremos que tomar decisões e, dessa maneira, perder e ganhar coisas ao longo do caminho.

Um símbolo desse trabalho foi, na época, a ponte*, representando a travessia que os adolescentes têm de fazer rumo à vida adulta.

Agora, a ponte aparece mais uma vez pra mim, talvez trazendo representações outras... que ainda estão por ser reveladas.

Seja qual for a forma que isso ocorra, a ponte tem, certamente, um alto valor simbólico...

Assim, deixo vocês com um poema muito bonito de Mário Benedetti, "El Puente":


El Puente

Para cruzarlo o para no cruzarlo
ahí está el puente

en la otra orilla alguien me espera
con un durazno y un país

traigo conmigo ofrendas desusadas
entre ellas un paraguas de ombligo de madera
un libro con los pánicos en blanco
y una guitarra que no sé abrazar

vengo con las mejillas del insomnio
los pañuelos del mar y de las paces
Ias tímidas pancartas del dolor
las liturgias del beso y de la sombra

nunca he traído tantas cosas
nunca he venido con tan poco

ahí esta el puente
para cruzarlo o para no cruzarlo
yolIo voy a cruzar
sin prevenciones

en la otra orilla alguien me espera
con un durazno y un país

---

A ponte

Para cruzá-la ou não cruzá-la
eis a ponte

na outra margem alguém me espera
com um pêssego e um país

trago comigo oferendas desusadas
entre elas um guarda-chuva de umbigo de madeira
um livro com os pânicos em branco
e um violão que não sei abraçar

venho com as faces da insônia
os lenços do mar e das pazes
os tímidos cartazes da dor
as liturgias do beijo e da sombra

nunca trouxe tanta coisa
nunca vim com tão pouco

eis a ponte
para cruzá-la ou não cruzá-la
e eu vou cruzar
sem prevenções

na outra margem alguém me espera
com um pêssego e um país

(De Preguntas al azar – 1984-1985)

---

*http://coisasdavidabynick.blogspot.com/2009/09/el-puente.html

So many books...

So may books, so little time.
(web image)

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Beatriz (2)


Beatriz
[Composição: Chico Buarque
Interpretação: Ana Carolina]

Olha,
Será que ela é moça?
Será que ela é triste?
Será que é o contrário?
Será que é pintura o rosto da atriz?
Se ela dança no sétimo céu
Se ela acredita que é outro país
E se ela só decora o seu papel
E se eu pudesse entrar na sua vida
Olha,
Será que é de louça?
Será que é de éter?
Será que é loucura?
Será que é cenário a casa da atriz?
Se ela mora num arranha-céu
E se as paredes são feitas de giz
E se ela chora num quarto de hotel
E se eu pudesse entrar na sua vida
Sim, me leva para sempre Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre por um triz
Ah, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz

Olha,
Será que é uma estrela?
Será que é mentira? [mentira. . mentira. . mentira]
Será que é comédia?
Será que é divina a vida da atriz?
Se ela um dia despencar do céu
E se os pagantes exigirem bis?
E se um arcanjo passar o chapéu?
E se eu pudesse entrar na sua vida. . .

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

(como dizia Renato Russo...)

"Acho que não sei quem sou.

Só sei do que não gosto."

Chão de giz (3)



Chão de giz
[Zé Ramalho]


-
Será que Freud explica?
-

Eu sou do sul



Eu sou do sul

[Composição: Elton Saldanha
Interpretação: Os Serranos]

Eu sou do sul, sou do sul
É só olhar pra ver que eu sou do sul, sou do sul
A minha terra tem um céu azul, céu azul
É só olhar e ver

Nascido entre a poesia e o arado
A gente lida com o gado e cuida da plantação
A minha gente que veio da guerra
Cuida dessa terra
Como quem cuida do coração

Eu sou do sul
É só olhar pra ver que eu sou do sul
A minha terra tem um céu azul
É só olhar e ver

Você, que não conhece meu estado
Está convidado a ser feliz neste lugar
A serra te dá o vinho
O litoral te dá carinho
E o guaíba te dá um pôr do sol lá na capital

Eu sou do sul
É só olhar pra ver que eu sou do sul
A minha terra tem um céu azul
É só olhar e ver

A fronteira los hermanos
É prenda cavalo e canha
Viver lá na campanha é bom demais
Que o santo missioneiro
Te acompanhe companheiro
Se puder vem lavar a alma no rio uruguai

Eu sou do sul
É só olhar pra ver que eu sou do sul
A minha terra tem um céu azul
É só olhar e ver...

Querência Amada

Ainda no clima do 20 de setembro...
Mais música gaúcha!
=D



Querência Amada

[Composição: Teixeirinha
Interpretação: Osvaldir e Carlos Magrão]

Quem quiser saber quem sou
Olha para o céu azul
E grita junto comigo
Viva o Rio Grande do Sul
O lenço me identifica
Qual a minha procedência
Da província de São Pedro
Padroeiro da querência

Oh, meu Rio Grande
De encantos mil
Disposto a tudo
Pelo Brasil
Querência amada dos parreirais
Da uva vem o vinho
Do povo vem o carinho
Bondade nunca é demais

Berço de Flores da Cunha
E de Borges de Medeiros
Terra de Getúlio Vargas
Presidente brasileiro
Eu sou da mesma vertente
Que Deus saúde me mande
Que eu possa ver muitos anos
O céu azul do Rio Grande...


Te quero tanto
Torrão gaúcho
Morrer por ti me dou o luxo
Querência amada
Planície e serra
Dos braços que me puxa
Da linda mulher gaúcha
Beleza da minha terra

Meu coração é pequeno
Porque Deus me fez assim
O Rio Grande é bem maior
Mas cabe dentro de mim
Sou da geração mais nova
Poeta bem macho e guapo
Nas minhas veias escorre
O sangue herói de farrapo

Deus é gaúcho
Da espora e mango
Foi maragato ou foi chimango
Querência amada
Meu céu de anil
Este Rio Grande gigante
Mais uma estrela brilhante
Na bandeira do Brasil

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Céu, sol, sul, terra e cor

Um pouco de músicas gaúchas para embalar o dia 20 de setembro de 2011:



Céu, sol, sul, terra e cor
[Leonardo - cantor gaúcho]

Eu quero andar nas coxilhas
Sentindo as flexilhas das ervas do chão,
Ter os pés roseteados de campo,
Ficar mais trigueiro com o sol de verão.
Fazer versos cantando as belezas
Desta natureza sem par.
E mostrar para quem quiser ver
Um lugar pra viver sem chorar
(E mostrar para quem quiser ver
Um lugar pra viver sem chorar!)

Refrão:
É o meu Rio Grande do Sul
Céu, sol, sul, terra e cor!
Onde tudo o que se planta cresce
E o que mais floresce é o amor.
É o meu Rio Grande do Sul
Céu, sol, sul, terra e cor!
Onde tudo o que se planta cresce
E o que mais floresce é o amor.
(Onde tudo o que se planta cresce
E o que mais floresce é o amor!)


Eu quero me banhar nas fontes
E olhar horizontes com Deus,
E sentir que as cantigas nativas
Continuam vivas para os filhos meus.
Ver os campos florindo e
Crianças sorrindo felizes a cantar!
E mostrar para quem quiser ver
Um lugar pra viver sem chorar
(E mostrar para quem quiser ver
Um lugar pra viver sem chorar!)

20 de setembro - Revolução Farroupilha

A seguir, um pouco sobre a história da Revolução Farroupilha:


Guilherme Litran,
Carga de cavalaria Farroupilha,
acervo do Museu Júlio de Castilhos.
Guerra dos Farrapos ou Revolução Farroupilha são os nomes pelos quais ficou conhecida a revolução ou guerra regional, de caráter republicano, contra o governo imperial do Brasil, na então província de São Pedro do Rio Grande do Sul, e que resultou na declaração de independência da província como estado republicano, dando origem à República Rio-Grandense. Estendeu-se de 20 de setembro de 1835 a 1° de março de 1845
A revolução, de caráter separatista, influenciou movimentos que ocorreram em outras províncias brasileiras: irradiando influência para a Revolução Liberal que viria a ocorrer em São Paulo em 1842 e para a Revolta denominada Sabinada na Bahia em 1837, ambas de ideologia do Partido Liberal da época.
(...)
Teve como líderes: generalBento Gonçalves, general Neto, coronel Onofre Pires, coronel Lucas de Oliveira, deputado Vicente da Fontoura,Pedro Boticário, general Davi Canabarro, coronel Corte Real, coronel Teixeira Nunes, coronel Domingos de Almeida, major Vicente Ferrer de Almeida,coronel Domingos Crescêncio de Carvalho, general José Mariano de Mattos, general Gomes Jardim, além de receber inspiração ideológica de italianos da Carbonária refugiados, como o cientista e tenente Tito Lívio Zambeccari e o jornalista Luigi Rossetti, além do capitão Giuseppe Garibaldi, que embora não pertencesse a carbonária, esteve envolvido em movimentos republicanos na Itália. A questão da abolição da escravatura também esteve envolvida, organizando-se exércitos contando com homens negros que aspiravam à liberdade.

Trecho retirado do artigo sobre a Revolução Farroupilha na Wikipedia.

Viva o Rio Grande do Sul!

Hoje é 20 de setembro.
Para os gaúchos, essa é uma data muito importante e muito celebrada.
É a data da Revolução Farroupilha, iniciada no dia 20 de setembro de 1835.
Não só este dia, mas a semana em torno dele é dedicada pelos gaúchos à comemoração da história do Rio Grande do Sul.

Sendo eu uma gaúcha, sinto na pele a emoção de uma celebração que une um povo de uma maneira peculiar e pouco encontrada em outros estados do Brasil.
É um carinho, apreço e devoção pelo lugar de onde viemos, que está na cara e no coração de qualquer riograndense.
Um exemplo é uma história curta que vou contar agora.

-
Alguém uma vez me contou que estava em um evento no Rio Grande do Sul, no qual também estava um jornalista de outro estado do Brasil. Este evento começou com o hino nacional, o qual todos os presentes cantaram em pé - como de prache. Essa pessoa me contou que, quando o hino nacional acabou, este jornalista se preparou para se sentar novamente. Qual foi o seu espanto quando percebeu que ninguém mais se sentou e que, na sequência, o hino do Rio Grande do Sul começou a tocar, sendo igualmente cantado por todos do início ao fim.
Este jornalista retornou ao seu estado e, ao escrever sobre o evento, contou esse episódio e questionou seus leitores se estes sabiam cantar o hino do seu estado - pois ele próprio não sabia e não tinha visto em nenhum outro estado esta consciência.
-

O gaúcho é assim. Apaixonado pela sua terra e orgulhoso do seu povo e da sua história.
O gaúcho tem seu lado um tanto bruto, mas também trabalhador, corajoso e persistente. E tem também seu lado gentil, acolhedor e generoso.

Esta é a minha homenagem ao Rio Grande do Sul, minha terra tão amada, da qual eu sinto tanta saudade aqui nas terras paulistas...

Saudações aos gaúchos espalhados pelo Brasil e pelo mundo!



Hino Rio-grandense
Letra: Francisco Pinto da Fontoura
Composição: Joaquim José Mendanha

sábado, 17 de setembro de 2011

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Every Teardrop Is A Waterfall

Você pode até pintar o mundo de preto e branco...
Mas nunca apagará o colorido de uma alma feliz.

;)

Essa música me fez pensar nisso...
Na alegria que carrego dentro de mim, e que muitas vezes é abalada pelas contingências da vida.
Mas que sempre está ali, de uma forma ou de outra...



Every Teardrop Is A Waterfall 
[Coldplay]

I turn the music up, I got my records on
I shut the world outside until the lights come on
Maybe the streets alight, Maybe the trees are gone
I feel my heart start beating to my favourite song

And all the kids they dance, all the kids all night
Until monday mornig feels another life
I turn the music up
I'm on a roll this time
And heaven is in sight

I turn the music up, I got my records on
From underneath the rubble, sing a rebel song
Don't want to see another generation drop
I'd rather be a comma than a full stop

Maybe I'm in the black, Maybe I'm on my knees
Maybe I'm in the gap between the two trapezes
But my heart is beating and my pulses start
Cathedrals in my heart


As we saw oh this light I swear you, emerge blinking into
To tell me it's alright
As we soar walls, Every siren is a symphony
And every tear's a waterfall
Is a Waterfall
Oh
Is a Waterfall
Oh Oh Oh
Is a, Is a Waterfall
Every tear
Is a Waterfall
Oh Oh Oh

So you can hurt, hurt me bad
But still I'll raise the flag

Oh
It was a wa wa wa wa wa-aterfall
A wa wa wa wa wa-aterfall

Every tear
Every tear
Every teardrop is a Waterfall

Every tear
Every tear
Every teardrop is a Waterfall

Versos simples

Hoje escutei essa música na rádio e ela me despertou lembranças e sentimentos bons...
Decidi compartilhar.

Além da melodia suave e bonita, essa música representa muito bem os meus sentimentos agora.

Enjoy!



Versos simples
[Chimarruts]

Sabe, já faz tempo
Que eu queria te falar
Das coisas que trago no peito

Saudade, já não sei se é
A palavra certa para usar
Ainda lembro do seu jeito

Não te trago ouro
Porque ele não entra no céu
E nenhuma riqueza deste mundo

Não te trago flores
Porque elas secam e caem ao chão

Te trago os meus versos simples
Mas que fiz de coração

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Nem um dia (2)

"Um dia frio
Um bom lugar prá ler um livro
E o pensamento lá em você
Eu sem você não vivo
Um dia triste
Toda fragilidade incide
E o pensamento lá em você
E tudo me divide
(...)
Mesmo por toda riqueza dos sheiks árabes
Não te esquecerei um dia
Nem um dia
Espero com a força do pensamento
Recriar a luz que me trará você..."


Nem um dia
[Djavan]

domingo, 11 de setembro de 2011

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Intervalo feliz / Balada do louco



Balada do louco
[Rita Lee]

Dizem que sou louca
Por pensar assim
Se sou muito louca
Por eu ser feliz
Mas louco é quem me diz!
E não é feliz!
Não é feliz...

Se eles são bonitos
Eu sou Sharon Stone
Se eles são famosos
I'm Rolling Stone
Mas louco é quem me diz!
E não é feliz!
Não é feliz...

Eu juro que é melhor
Não ser um normal
Se eu posso pensar
Que Deus, sou eu..

Se eles têm três carros
Eu posso voar
Se eles rezam muito
Eu sou santa!
Eu já estou no céu
Mas louco é quem me diz!
E não é feliz!
Não é feliz...

Eu juro que é melhor
Não ser um normal
Se eu posso pensar
Que Deus, sou eu...

Sim! Sou muito louca
Não vou me curar
Já não sou a única
Que encontrou a paz
Mas louco é quem me diz!
E não é feliz!
Eu sou feliz!...

domingo, 4 de setembro de 2011

sábado, 3 de setembro de 2011

Palavras e silêncio




Palavras e Silêncio
[Zeca Baleiro e Fagner]

Tempos modernos

"Nas sociedades pré-modernas, espaço e tempo coincidem amplamente, na medida em que as dimensões espaciais da vida social são, para a maioria da população, e para quase todos os efeitos, dominadas pela "presença" — por atividades localizadas. O advento da modernidade arranca crescentemente o espaço do tempo fomentando relações entre outros "ausentes", localmente distantes de qualquer situação dada ou interação face a face. Em condições de modernidade, o lugar se torna cada vez mais fantasmagórico: isto, os locais são completamente penetrados e moldados em termos de influências sociais bem distantes deles."

[Trecho do livro "As consequências da modernidade", de Anthony Giddens]

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Estou lendo sobre a modernidade - e vivendo em um mundo pós-moderno, talvez.
Na verdade, é difícil caracterizar o mundo em que vivemos atualmente.
Tudo o que eu sei, é que a globalização parece ter tornado o mundo menor, uma vez que as relações não são mais limitadas pela condição da presença. E muito se pode fazer sem que se saia de casa.
O que isso quer dizer?
Não sei.
Talvez o advento da modernidade / pós-modernidade seja como uma luz que cega, pelo seu brilho intenso...
Todos ficamos maravilhados com os ditos "avanços" em muitas âmbitos da vida humana.
Mas um aspecto - para mim, muito importante - dessa vida está ficando para trás: o contato real entre as pessoas.
Numa postagem anterior, o texto falava sobre as redes sociais, que simulam uma interação... Sim, porque as pessoas passam o dia se "relacionando" com todos os seus amigos virtualmente, e isso é visto como algo bom.
Mas será mesmo que isso substitui a relação face-a-face? Isso é um progresso na nossa forma de contato humano?

Fico com Lulu Santos...

As gerações seguintes talvez se questionem mesmo sobre o "jeito que a gente arrumou pra não deixar de se amar"... e de se relacionar.

Pois meu medo é que acabemos como aquelas pessoas no filme do Wall-e, todos sentados confortavelmente em nossas cadeiras, acreditando que estamos vivendo - em uma simulação de vida, talvez.

Viver requer esforço.
Se relacionar requer sair do seu conforto e ir até as pessoas, ir ao encontro da vida.

"Dizer mais sim do que não", à vida real.


Tempos Modernos
[Lulu Santos]

Eu vejo a vida
Melhor no futuro
Eu vejo isso
Por cima de um muro
De hipocrisia
Que insiste
Em nos rodear...

Eu vejo a vida
Mais clara e farta
Repleta de toda
Satisfação
Que se tem direito
Do firmamento ao chão...

Eu quero crer
No amor numa boa
Que isso valha
Pra qualquer pessoa
Que realizar, a força
Que tem uma paixão...

Eu vejo um novo
Começo de era
De gente fina
Elegante e sincera
Com habilidade
Pra dizer mais sim
Do que não, não, não...

Hoje o tempo voa amor
Escorre pelas mãos
Mesmo sem se sentir
Não há tempo
Que volte amor
Vamos viver tudo
Que há pra viver
Vamos nos permitir...



Contatos
[Lulu Santos]

Mergulhados em um sofá
Os contatos no telão
Navegando a bolha que é estarmos juntos

Você disse tanta besteira hilária
Que encheria um gibi
Eu lhe aumentei os sustos
Já vi esse filme, mas me esqueci
Como é bom

Mesmo após um dia intenso
Não devemos desencostar
Vai que por acaso falte o equilíbrio

Imagine que no futuro as pessoas
Vão ler sobre nós
E vão se admirar do jeito que a gente arrumou
Pra não deixar de se amar
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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Galileu Galilei


"Se raciocinar sobre um problema difícil fosse a mesma coisa que carregar pesos, então muitos cavalos carregariam mais sacos de trigo que um cavalo só, e eu concordaria mesmo que a opinião de muitos valesse mais do que a de poucos; mas o raciocinar é como o correr, e não como o carregar. Assim, um cavalo de corrida sozinho correrá sempre mais do que cem cavalos frisões"

(Galileu Galilei - O Ensaiador)

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A enxurrada de enganosas grandes ideias [O Estado de São Paulo]

O texto a seguir é uma reportagem* publicada no Jornal O Estado de São Paulo, no dia 21 de agosto de 2011.
Nela, Neal Gabler fala sobre a era da informação, e como a nossa fome por ela está desestimulando a criação de verdadeiras boas ideias, uma vez que estas se construiriam através de um pensamento que transcende a informação.
Além disso, ele faz uma crítica às redes sociais, falando sobre como elas estão tornando o nosso pensamento "preguiçoso".

Para não virar spoiler, paro por aqui.
A reportagem é longa, mas vale a pena gastar esse tempo com ela.

Boa leitura!


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A enxurrada de enganosas grandes ideias

No mundo pós-ideia, recebemos trilhões de dados, muitas vezes insignificantes, sem parar para pensar

21 de agosto de 2011 | 0h 00

Neal Gabler, do The New York Times - O Estado de S.Paulo

O número de julho/agosto de The Atlantic alardeia as "14 Maiores Ideias do Ano". Prenda o fôlego. As ideias incluem "Os jogadores são os donos do jogo" (n.º 12), "Wall Street: a mesma de sempre" (n.º 6), "Nada permanece secreto!" (n.º 2), e a maior de todas do ano, "A ascensão da classe média - só que não a nossa", que se refere às economias em crescimento de Brasil, Rússia, Índia e China. Pode soltar o ar. O leitor deve achar que nenhuma dessas ideias parece particularmente de tirar o fôlego. Nenhuma delas, aliás, é uma ideia.

Elas são mais observações. Mas não se deve culpar The Atlantic por confundir lugares comuns com visão intelectual. As ideias simplesmente não são o que costumavam ser. Em um passado distante, elas podiam acender debates, estimular outros pensamentos, incitar revoluções e mudar fundamentalmente as maneiras como observamos e pensamos o mundo.

Elas podiam penetrar na cultura geral e transformar pensadores em celebridades - notadamente Albert Einstein, mas também Reinhold Niebuhr, Daniel Bell, Betty Friedan, Carl Sagan e Stephen Jay Gould, para citar alguns. As próprias ideias podiam se tornar famosas: por exemplo, "o fim da ideologia", "o meio é a mensagem", "a mística feminina", "a teoria do Big Bang", "o fim da história". A grande ideia podia ganhar a capa da revista Time - "Deus está morto?" - e intelectuais como Norman Mailer, William F. Buckley Jr. e Gore Vidal seriam eventualmente convidados para as poltronas dos talk shows de fim de noite. Isso foi há uma eternidade.

Se nossas ideias parecem menores hoje, não é porque somos mais burros do que nossos antepassados, mas simplesmente porque não ligamos tanto para as ideias quanto eles ligavam. Aliás, estamos vivendo cada vez mais em um mundo pós-ideia - um mundo em que as ideias grandes, as que fazem pensar, que não podem ser instantaneamente monetizadas, têm tão pouco valor intrínseco que menos pessoas as estão gerando e menos canais as estão disseminando, a despeito da internet. As ideias ousadas estão praticamente fora de moda.

Argumento lógico. Não é segredo, especialmente nos Estados Unidos, que vivemos numa era pós-Iluminismo na qual racionalidade, ciência, argumento lógico e debate perderam a batalha em muitos setores e, talvez, até na sociedade em geral, para superstição, fé, opinião e ortodoxia. Embora continuemos fazendo avanços tecnológicos gigantescos, podemos estar na primeira geração que girou para trás o relógio da história - que retrocedeu intelectualmente de modos avançados de pensar para os velhos modos das crenças. Mas pós-Iluminismo e pós-ideia, embora relacionados, não são exatamente a mesma coisa.

Pós-Iluminismo refere-se a um estilo de pensar que já não mobiliza as técnicas do pensamento racional. Pós-ideia refere-se ao pensar que não é mais feito, independentemente do estilo.

O mundo pós-ideia vem se aproximando faz tempo, e muitos fatores contribuíram para isso. Vemos o recuo nas universidades do mundo real, e um encorajamento, e premiação, da especialização mais estreita em lugar da ousadia - de cuidar de plantas envasadas em vez de plantar florestas.

Vemos o eclipse do intelectual público na mídia em geral pelo sabichão que substitui extravagâncias por ponderação, e o concomitante declínio do ensaio em revistas de interesse geral. E temos a ascensão de uma cultura cada vez mais visual, especialmente entre os jovens - uma forma menos favorável à expressão de ideias.

Mas esses fatores, que começaram há décadas, foram mais provavelmente arautos do advento de um mundo pós-ideia que suas causas principais.

Vivemos na muito alardeada Era da Informação. Por cortesia da internet, temos a impressão de ter acesso imediato a tudo que alguém poderia querer saber. Certamente somos mais bem informados em história, ao menos quantitativamente. Há trilhões e trilhões de bytes circulando no éter - tudo para ser colhido e ser objeto de pensamento.

E é precisamente essa a questão. No passado, nós colhíamos informações não só para saber coisas. Isso era apenas o começo. Nós também colhíamos informações para convertê-las em alguma coisa maior que fatos e, em última análise, mais útil - em ideias que explicavam as informações. Buscávamos não só apreender o mundo, mas realmente compreendê-lo, que é a função primordial das ideias. Grandes ideias explicam o mundo e nos explicam uns aos outros.

Karl Marx chamou a atenção para a relação entre os meios de produção e nossos sistemas sociais e políticos. Sigmund Freud nos ensinou a explorar nossas mentes como meio para compreender nossas emoções e comportamentos. Einstein reescreveu a física. Mais recentemente, Marshall McLuhan teorizou sobre a natureza da comunicação moderna e seu efeito na vida moderna. Essas ideias permitiram que nos desprendêssemos de nossa existência e tentássemos responder as grandes e atemorizantes questões de nossas vidas.

Mas se a informação foi um dia um alimento de ideias, na última década ela se tornou sua concorrente. Estamos como o agricultor que possui trigo demais para fabricar farinha. Somos inundados por tanta informação que não teríamos tempo para processá-la mesmo que o quiséssemos, e a maioria de nós não quer.

A coleta em si é cansativa: o que cada um de nossos amigos está fazendo neste particular momento, e no momento seguinte, e no seguinte; com quem Jennifer Aniston está saindo agora; qual video se tornará viral no YouTube neste momento; o que a princesa Letizia ou Kate Middleton estão usando hoje. Aliás, estamos vivendo dentro da nuvem de uma Lei de Gresham informática onde informações triviais expulsam informações significativas, mas trata-se também uma lei de Gresham nocional em que as informações, triviais ou não, expulsam ideias.

Preferimos conhecer a pensar porque o conhecer tem mais valor imediato.

Ele nos mantém "por dentro", nos mantém conectados com nossos amigos e nossa tribo. As ideias são tão etéreas, tão pouco práticas, trabalho demais para recompensa de menos. Poucos falam ideias. Todos falam informação, geralmente informação pessoal. Onde é que você vai? O que está fazendo? Quem você anda vendo? Estas são as grandes questões de hoje.

Não é por acaso, com certeza, que o mundo pós-ideia brotou com o mundo das redes de relacionamento social. Apesar de haver sites e blogs dedicados a ideias, Twitter, Facebook, Myspace, etc ., os sites mais populares na web, são basicamente bolsas de informações destinadas a alimentar a fome insaciável de informação, embora essa dificilmente seja do tipo de informação que gera ideias. Ela é, em grande parte, inútil exceto na medida em que faz o possuidor da informação se sentir, bem... informado. Evidentemente, pode-se argumentar que esses sites não são diferentes do que a conversa era para gerações anteriores, e a conversa raramente criava grandes ideias, e se estaria certo.

Mas a analogia não é perfeita. Em primeiro lugar, os sites de relacionamento social são a principal forma de comunicação entre jovens, e estão suplantando os meios impressos, que é onde as ideias eram tipicamente gestadas. Depois, os sites de relacionamento social criam hábitos mentais que são inimigos do tipo de discurso deliberado que dá origem a ideias. Em lugar de teorias, hipóteses e argumentos importantes, obtemos tuítes instantâneos de 140 caracteres sobre comer um sanduíche ou assistir um programa de TV.

Universo intelectual. Embora as redes sociais possam alargar o círculo pessoal de alguém e até apresentá-lo a estranhos, isso não é mesma coisa que alargar o universo intelectual pessoal. Aliás, a tagarelice das redes sociais tende a encolher o universo da pessoa a ela mesma e seus amigos, enquanto pensamentos organizados em palavras, seja online seja na página impressa, alargam o foco pessoal.

Parafraseando o ditado famoso, geralmente atribuído ao jogador de beisebol americano "Yogi" Berra, de que não dá para pensar e rebater ao mesmo tempo, também não se pode pensar e tuitar ao mesmo tempo, não por ser impossível fazer tarefas múltiplas, mas porque tuitar - que é, em grande parte, um jorro, ou de opiniões breves sem sustentação, ou de descrições breves das próprias atividades prosaicas - é uma forma de distração e anti-pensamento.

As implicações para uma sociedade que não pensa grande são enormes. As ideias não são meros brinquedos intelectuais. Elas têm consequências práticas.

Um artista amigo lamentou recentemente que sentia o mundo da arte à deriva, pois não havia mais grandes críticos como Harold Rosenberg e Clement Greenberg para oferecer teorias da arte que poderiam fazer a arte frutificar e se revigorar. Outro amigo desenvolveu um argumento parecido sobre política. Embora os partidos debatam sobre quanto cortar no orçamento, ele gostaria de saber onde estão os John Rawises e Robert Nozicks que poderiam elevar o nível de nossa política.

Abundância de dados. O mesmo seguramente poderia ser dito da economia, onde John Maynard Keynes continua sendo o centro do debate quase 80 anos depois de propor sua teoria de injeção de estímulos pelo governo. Isso não significa que os sucessores de Rosenberg, Rawls e Keynes não existam, apenas que, se existirem, eles provavelmente não ganharão tração numa cultura que tem tão pouco uso para ideias, especialmente as grandes, excitantes e perigosas, e isso é verdade quer as ideias venham de acadêmicos ou de outros que não fazem parte de organizações de elite e desafiam a sabedoria convencional. Todos os pensadores são vítimas da abundância de informação, e as ideias dos pensadores de hoje também são vítimas dessa abundância.

Mas é especialmente verdade para grandes pensadores nas ciências sociais como o psicólogo cognitivo Steven Pinker, que teorizou sobre tudo - da origem da linguagem ao papel da genética na natureza humana -, ou o biólogo Richard Dawkins, que teve ideias grandes e controvertidas sobre tudo - do egoísmo a Deus -, ou o psicólogo Jonathan Haidt, que analisou sistemas morais diferentes e extraiu conclusões fascinantes sobre a relação - de moralidade a crenças políticas.

Mas como eles são cientistas e empíricos e não generalistas nas humanidades, o lugar a partir do qual as ideias eram costumeiramente popularizadas, eles sofrem um duplo golpe: não só o golpe contra as ideias em geral, mas o golpe contra a ciência, que é tipicamente considerada na mídia, na melhor hipótese, como mistificadora, na pior, como incompreensível. Uma geração atrás, esses homens teriam chegado a revistas populares e às telas da televisão. Agora, eles são expelidos pelo eflúvio informacional.

Alguém certamente dirá que as grandes ideias migraram para o mercado, mas há uma enorme diferença entre invenções com fins lucrativos e pensamentos intelectualmente desafiadores. Empresários têm muitas ideias, e alguns, como Steve Jobs, da Apple, trouxeram algumas ideias brilhantes no sentido "inovador" da palavra.

Mas, embora essas ideias possam mudar a maneira como vivemos, elas raramente transformam a maneira como pensamos. Elas são materiais, não nocionais. São os pensadores que estão em falta, e a situação provavelmente não vai mudar tão cedo.

Nós nos tornamos narcisistas da informação, tão desinteressados por qualquer coisa fora de nós e de nossos círculos de amizade ou por qualquer petisco que não possamos partilhar com esses amigos que se um Marx ou um Nietzsche surgisse subitamente trombeteando suas ideias, ninguém lhe daria a menor atenção, certamente não a mídia em geral, que aprendeu a servir ao nosso narcisismo.

O que o futuro pressagia é cada vez mais informação - Everests dela. Não haverá nada que não conheçamos. Mas não haverá ninguém pensando nisso. Pense nisso. / TRADUÇÃO DE CELSO M. PACIORNIK

É BOLSISTA SÊNIOR NO ANNENBERG NORMAN LEAR CENTER DA UNIVERSIDADE DO SUL DA CALIFÓRNIA E AUTOR DE "WALT DISNEY: THE TRIUMPH OF THE AMERICAN IMAGINATION"

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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Tears in Heaven



Tears in Heaven
(Eric Clapton)

Would you know my name
If I saw you in Heaven?
Will you be the same
If I saw you in Heaven?
I must be strong
And carry on
'Cause I know I don't belong
Here in Heaven

Would you hold my hand
If I saw you in Heaven?
Would you help me stand
If I saw you in Heaven?
I'll find my way
Through night and day
'Cause I know I just can't stay
Here in Heaven

Time can bring you down
Time can bend your knees
Time can break your heart
Have you begging please
Begging please

Beyond the dark
There's peace
I'm sure
And I know there'll be no more
Tears in Heaven

Would you know my name
If I saw you in Heaven?
Will you be the same
If I saw you in Heaven?

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À minha mãe.

about the rain (2)



Se for pra chover,

que chova amor.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Máscaras

"Todos nós usamos máscaras, toda hora, todos os dias, e às vezes nós as usamos tantas vezes que esquecemos de quem realmente somos. E às vezes, se tivermos sorte, alguém aparece e nos mostra quem realmente queremos ser… Quem devemos ser."*



[*Trecho do seriado Nikita (Warner).]

domingo, 14 de agosto de 2011

Pai

Feliz Dia dos Pais ao meu Pai, o Super Mário "Father".

Ele me amou desde a imaginação, a minha gestação, nascimento, crescimento e desenvolvimento.

Tudo o que alcancei até hoje, foi também pelo suporte, apoio e incentivo dele (e de minha mãe), e sei que enquanto lhe for possível, é assim que fará.

Sinto o seu amor em sua voz de preocupação, em sua declaração de carinho e orgulho...

E eu também tenho orgulho dele.

Ele me ensinou que, não importa o quanto a vida esteja difícil ou tenha nos machucado, nós sempre poderemos sorrir.

Pai, te amo.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Hold my hand

Bonito.


Hold my hand
(Michael Jackson e Akon)

[Michael Jackson]
Essa vida não dura para sempre, (segure minha mão)
Então me diga o que nós estamos esperando (segure minha mão)
Melhor viver junto (segure minha mão)
Do que ser infeliz sozinho (segure minha mão)

[Michael/Akon]
Porque eu estive lá antes
E você esteve lá antes,
Mas juntos podemos ficar bem
Porque quando se torna escuro e quando se torna frio,
Nós podemos apenas nos abraçar até vermos a luz do sol

[Refrão]
Então, se você apenas segurar minha mão,
Amor, eu prometo que farei tudo que eu posso
Coisas melhorarão se você apenas segurar minha mão
Nada pode vir a estar entre nós se você apenas segurar minha mão

[Akon]
As noites estão se tornando mais escuras (segure minha mão)
E não há paz interior (segure minha mão)
Então por que tornar nossas vidas mais difíceis (segure minha mão)
Lutando contra o amor essa noite?

(...)

[Michael/Akon]
Eu posso dizer que você está cansado de ser solitário
Pegue minha mão, não deixe passar, amor, me abrace (me abrace)
Vem pra mim, me deixe ser seu primeiro e único, (segure minha mão)
Então eu posso fazer isso bem até a manhã (segure minha
mão)

Amor, eu prometo que farei tudo que eu posso (se você apenas, se você apenas)
Coisas melhorarão se você apenas segurar minha mão
Nada pode vir a estar entre nós se você apenas segurar, segurar minha, segurar minha mão

Antología

Um bom clássico é sempre bom lembrar.
Essa é para os românticos de plantão.
=)



Antología
(Shakira)

"(...)
E aprendi a tirar do tempo os segundos
Você me fez ver o céu ainda mais profundo
Junto a você acredito que aumentei mais de três quilos
Com teus tantos doces beijos repartidos
Desenvolveu meu sentido de olfato
E foi por você que aprendi a amar os gatos
Despregaste do cimento meus sapatos
Para escapar os dois voando um momento
(...)
E conheci mais de mil formas de beijar
E foi por você que descobri o que é amar"

sábado, 30 de julho de 2011

Por enquanto



Por enquanto
(Intérprete: Cássia Eller
Composição: Renato Russo)


Mudaram as estações
Nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Tá tudo assim, tão diferente
Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre?
Sem saber que o pra sempre, sempre acaba...

Mas nada vai conseguir mudar o que ficou
Quando penso em alguém só penso em você
E aí então estamos bem
Mesmo com tantos motivos pra deixar tudo como está
Nem desistir nem tentar agora tanto faz
Estamos indo de volta pra casa.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Loucos e santos

Texto clichê, eu sei...

Mas me identifico muito, e acho muito bonito...

Feliz dia do amigo a todos que prezam a amizade em sua vida!


Loucos e Santos

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

sábado, 9 de julho de 2011

Sale el sol



Sale el sol
[Shakira]

Estas semanas sin verte
Me parecieron años
Tanto te quise besar
Que me duelen los labios

Mira que el miedo nos hizo
Cometer estupideces
Nos dejó sordos y ciegos
Tantas veces

Y un día después de la tormenta
Cuándo menos piensas sale el sol
De tanto sumar pierdes la cuenta
Porque uno y uno no siempre son dos
Cuándo menos piensas sale el sol

Te lloré hasta el extremo
De lo que era posible
Cuándo creía que era invencible

No hay mal que dure cen años
Ni cuerpo que lo aguante
Y lo mejor siempre espera adelante

Y un día después de la tormenta
Cuándo menos piensas sale el sol
De tanto sumar pierdes la cuenta
Porque uno y uno no siempre son dos
Cuándo menos piensas sale el sol
Cuándo menos piensas sale el sol

terça-feira, 5 de julho de 2011

É preciso ter raça.


"Maria, Maria
É o som, é a cor, é o suor
É a dose mais forte e lenta
De uma gente que rí
Quando deve chorar
E não vive, apenas aguenta

Mas é preciso ter força
É preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria
Mistura a dor e a alegria

Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida...."


[trecho da música "Maria, Maria",
de Milton Nascimento]

sábado, 2 de julho de 2011

Modinha

Conheci uma música muito legal da Rita Lee hoje, chamada "Modinha".
Infelizmente não encontrei o vídeo pra mostrar pra vocês a melodia,
mas disponibilizo a letra, e recomendo que busquem o áudio, pois é muito legal...

=)

Modinha
(Rita Lee)

Quem é que pode ser gigante nesse mundo tão pequeno?
Como é que faz pra gente ser feliz e rico ao mesmo tempo?
Eu não sei, mas eu vou tentar
Todo remédio que me cura tem uma contra-indicação
O que faz bem pra alma pode fazer mal pro coração
De quem tem pressa de chegar
Ai quem me dera um dia,
Ficar de papo pro ar
Tirando um som de uma viola
E quanto mais a gente ganha mais a gente vai perder
Porque essa vida tá ficando um osso duro de roer
E então, acho bom lembrar
Que o passarinho na gaiola não esquece de cantar
Que uma criança nunca briga se ela aprende a brincar e amar
Como tem que ser
Ai quem me dera um dia
Ficar de papo pro ar
Tirando um som de uma viola
Ai, ai...

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Eu sou do Sul

Em homenagem às infinitas vezes que tive de responder à pergunta "Você é do Sul, né?", desde que cheguei em São Paulo...
(a diferença no jeito de ser e de falar não escapa... não adianta.)

=)



Eu sou do Sul
(Os Serranos)

"Eu sou do Sul
É só olhar pra ver que eu sou do Sul
A minha terra tem o céu azul
É só olhar e ver.."

--



Querência Amada
(Osvaldir e Carlos Magrão)

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Céu, sol, Sul, terra e cor
(Leonardo - Cantor Gaúcho)

"(...)
Eu quero me banhar nas fontes
E olhar horizontes com Deus,
E sentir que as cantigas nativas
Continuam vivas para os filhos meus.
Ver os campos florindo e
Crianças sorrindo felizes a cantar!
E mostrar para quem quiser ver
Um lugar pra viver sem chorar
(...)
É o meu Rio Grande do Sul
Céu, sol, Sul, terra e cor!
Onde tudo o que se planta cresce
E o que mais floresce é o amor..."

Minha vida segundo os Engenheiros do Havaii




Armas químicas e poemas
(Engenheiros do Havaii)

Eu me lembro muito bem, como se fosse amanhã
O sol nascendo sem saber o que iria iluminar
Eu abri meu coração como se fosse um motor
E na hora de voltar sobravam peças pelo chão
Mesmo assim eu fui à luta... eu quis pagar pra ver

Aonde leva essa loucura
Qual é a lógica do sistema
Onde estavam as armas químicas
O que diziam os poemas

Afinal de contas
O que nos trouxe até aqui, medo ou coragem?
Talvez nenhum dos dois
Sopra o vento, o carro passa, pela praça
E já foi... já foi
Por acaso eu fui à luta... eu quis pagar pra ver

Aonde leva essa loucura
Qual é a lógica do sistema
Onde estavam as armas químicas
O que diziam os poemas

O tempo nos faz esquecer o que nos trouxe até aqui
Mas eu lembro muito bem como se fosse amanhã

Quem prometeu descanso em paz
Pra depois dos comerciais?
E quem ficou pedindo mais
Armas químicas e poemas?

---





Até o fim
(Engenheiros do Havaii)

Não vim até aqui
Pra desistir agora
Entendo você
Se você quiser ir embora
Não vai ser a primeira vez
Nas últimas 24 horas
Mas eu não vim até aqui
Pra desistir agora

Minhas raízes estão no ar
Minha casa é qualquer lugar
Se depender de mim
Eu vou até o fim
Voando sem instrumentos
Ao sabor do vento
Se depender de mim
Eu vou até o fim

Eu não vim até aqui
Pra desistir agora
Entendo você
Se você quiser
Ir embora
Não vai ser a primeira vez
Em menos de 24 horas

A ilha não se curva
Noite adentro
Vida afora
Toda a vida
O dia inteiro
Não seria exagero
Se depender de mim
Eu vou até o fim

Cada célula
Todo fio de cabelo
Falando assim
Parece exagero
Mas se depender de mim
Eu vou até fim

Não vim até aqui pra desistir agora
Não vim até aqui pra desistir agora

terça-feira, 28 de junho de 2011

Te devoro



Te devoro
(Djavan)

"(...)
É um milagre,
Tudo que Deus criou
Pensando em você,
Fez a via-láctea
Fez os dinossauros,
Sem pensar em nada
Fez a minha vida
E te deu...
Sem contar os dias
Que me faz morrer,
Sem saber de ti
Jogado à solidão,
Mas se quer saber
Se eu quero outra vida
Não! Não!
(...)
Eu quero mesmo é viver
Pra esperar, esperar
Devorar você
(...)"

Ao meu amor

Às vezes ele é 'A' e eu sou 'B'...
Muitas vezes eu sou 'A' e ele é 'Z'!
Mas mesmo as letras mais
diferentes e distantes
Podem formar palavras e histórias
lindas de se ver.

Nicole Nothen
[28/06/2011]

domingo, 19 de junho de 2011

Esquadros (2)

2)

Esquadros
(Intérpretes: Adriana Calcanhoto e Renato Russo)

Eu ando pelo mundo
Prestando atenção em cores
Que eu não sei o nome
Cores de Almodóvar
Cores de Frida Kahlo
Cores!

Passeio pelo escuro
Eu presto muita atenção
No que meu irmão ouve
E como uma segunda pele
Um calo, uma casca
Uma cápsula protetora
Ai, Eu quero chegar antes
Prá sinalizar
O estar de cada coisa
Filtrar seus graus...

Eu ando pelo mundo
Divertindo gente
Chorando ao telefone
E vendo doer a fome
Nos meninos que têm fome...

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...

Eu ando pelo mundo
E os automóveis correm
Para quê?
As crianças correm
Para onde?
Transito entre dois lados
De um lado
Eu gosto de opostos
Exponho o meu modo
Me mostro
Eu canto para quem?

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...

Eu ando pelo mundo,
e meus amigos cadê?
Minha alegria, meu cansaço
Meu amor, cadê você?
Eu acordei, não vi ninguém ao lado...

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Nem um dia

"Um dia frio
Um bom lugar prá ler um livro
E o pensamento lá em você
Eu sem você não vivo
Um dia triste
Toda fragilidade incide
E o pensamento lá em você
E tudo me divide
(...)
Mesmo por toda riqueza dos sheiks árabes
Não te esquecerei um dia
Nem um dia
Espero com a força do pensamento
Recriar a luz que me trará você..."


Nem um dia
(Djavan)

domingo, 12 de junho de 2011

Te ver

Dia dos Namorados longe de quem se ama é foda (com o perdão da palavra).
(se bem que qualquer dia longe de quem se ama é assim, né?)




Te ver
(Skank)

(...) É como mergulhar no rio
E não se molhar
É como não morrer de frio
No gelo polar
É ter o estômago vazio
Não almoçar
É ver o céu se abrir no estio
E não se animar...
(...)
É como esperar o prato
E não salivar
Sentir apertar o sapato
E não descalçar
É ver alguém feliz de fato
Sem alguém prá amar
É como procurar no mato
Estrela do mar...
(...)
É como não sentir calor
Em Cuiabá
Ou como no Arpoador
Não ver o mar
É como não morrer de raiva
Com a política
Ignorar que a tarde
Vai vadiar e mítica
É como ver televisão
E não dormir
Ver um bichano pelo chão
E não sorrir
E como não provar o nectar
de um lindo amor
Depois que o coração detecta
A mais fina flor...
(...)

---

Mas o amor, quando verdadeiro, transcende a distância e o tempo...

Feliz Dia dos Namorados, meu amor.

O que sinto por ti será sempre amor, onde quer que eu esteja.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Salto grande no gosto musical...
Mas, azar!
=P

---



Overkill
(Men at work)

"Specially at night
I worry over situations
I know it'll be alright
It's just overkill"

_

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Superwoman (2)

"EVEN WHEN I'M A MESS
I STILL PUT ON A VEST
WITH AN 'S' ON MY CHEST
OH YES
I'M A SUPERWOMAN."


Superwoman
(Alicia Keys feat. Queen Latifah and Kathleen Battle)

sábado, 4 de junho de 2011

No país do espelho...

"Um barco navega, sonhando, contente,
Na tarde de julho - e o sol, complacente,
O mar ilumina em fulgor resplandente...

Crianças felizes, na praia abrigadas,
Num grupo de três, a escutar, encantadas,
Um simples relato de lendas douradas...

Desbotam memórias a cada arrebol
Dos ecos arcanos de antigo farol -
As geadas do inverno mataram o sol!...

O fantasma de Alice assombra-me ainda,
Debaixo dos céus se movendo  - tão linda!
Na terra invisível de sonhos infinda...

Somente crianças, ao ouvirem a história,
Com olhos ansiosos, atentas à glória,
Percebem o ouro no meio da escória...

E fazem seus ninhos na Terra Encantada,
Sonhando de dia e na noite estrelada
Com mortos verões transformados em nada...

E ao serem jogadas na estrada corrida
É a mensagem dourada afinal percebida:
Que a vida é um sonho e que o sonho é a vida!..."


[Poema retirado do livro
"Alice no País do Espelho", de Lewis Carroll]

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Aonde quer que eu vá



Aonde quer que eu vá
(Paralamas do Sucesso)

Olhos fechados
Pra te encontrar
Não estou ao seu lado
Mas posso sonhar
E aonde quer que eu vá
Levo você no olhar
(...)
Longe daqui
Longe de tudo
Meus sonhos vão te buscar
Volta prá mim
Vem pro meu mundo
Eu sempre vou te esperar(...)

terça-feira, 31 de maio de 2011

Citadel


Citadel
(Anna Nalick)

I'm sittin' on a citadel
Contemplating life
Making a point to waste my time
I'm walking on clouds
Of white

(chorus)
What if I fall
What if I don't
What if I never make it home
What if I bleed
What if I break
And I find that I can't take
The city below the citadel
Holding my own hand?
Sittin' alone


I'm breakin' on the balcony
Breakin' window panes
Killing the pain of broken hearts
I'm walkin' on clouds
I'm walkin' on stars

(repeat chorus)

Holdin' on to something
That's keepin'me from jumpin'
So afraid to go in alone
Holdin up this fortress
With imaginary forces
Longing for a life down below

(repeat chorus)

That I would be good

mais um pouco de Alanis...



That I would be good
(Alanis Morissette)

That I would be good even if I did nothing
That I would be good even if I got the thumbs down
That I would be good if I got and stayed sick
That I would be good even if I gained ten pounds

That I would be fine even if I went bankrupt
That I would be good if I lost my hair and my youth
That I would be great if I was no longer queen
That I would be grand if I was not all knowing

That I would be loved even when I numb myself
That I would be good even when I am overwhelmed
That I would be loved even when I was fuming
That I would be good even if I was clinging

That I would be good even if I lost sanity
That I would be good whether with or without you

You Learn

Estou num clima "Alanis" hoje...



You Learn
(Alanis Morissette)

I recommend getting your heart trampled on to anyone
I recommend walking around naked in your living room
Swallow it down (what a jagged little pill)
It feels so good (swimming in your stomach)
Wait until the dust settles

(chorus)
You live you learn
You love you learn
You cry you learn
You lose you learn
You bleed you learn
You scream you learn


I recommend biting off more than you can chew to anyone
I certainly do
I recommend sticking your foot in your mouth at any time
Feel free
Throw it down (the caution blocks you from the wind)
Hold it up (to the rays)
You wait and see when the smoke clears

(repeat chorus)

Wear it out (the way a three-year-old would do)
Melt it down (you're gonna have to eventually anyway)
The fire trucks are coming up around the bend

(repeat chorus)

You grieve you learn
You choke you learn
You laugh you learn
You choose you learn
You pray you learn
You ask you learn
You live you learn

domingo, 29 de maio de 2011

Que sera, sera.



Que sera, sera
(Doris Day)

When I was just a little girl,
I asked my mother, 'What will I be?
Will I be pretty?
Will I be rich?
Here's what she said to me:

Que sera, sera,
what ever will be, will be;
The future`s not ours to see.
Que sera, sera,
What will be, will be

When I grew up and fell in love,
I asked my sweetheart, what lies ahead,
will we have rainbows
day after day?
Here´s what my sweetheart said:

Que sera, sera,
Whatever wil be, will be
The future's not ours to see.
Que sera, sera,
What will be; will be

Now I have children of my own
They ask their mother what will I be
Will I be handsome?
Will i be rich?
I tell them tenderly

Que sera, sera,
Whatever will be, will be;
The future's not ours to see.
Que sera, sera,
What will be, will be.

Que sera, sera

*Postagens Populares*

Só de Sacanagem

"Meu coração está aos pulos!

Quantas vezes minha esperança será posta à prova?

Por quantas provas terá ela que passar? Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu, do nosso dinheiro que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós, para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.

Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?

Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?

É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.

Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam: "Não roubarás", "Devolva o lápis do coleguinha", "Esse apontador não é seu, minha filha". Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar.

Até hábeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar e sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará. Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar.

Só de sacanagem! Dirão: "Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo mundo rouba" e vou dizer: "Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau."

Dirão: "É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal". Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal.

Eu repito, ouviram? Imortal! SEI QUE NÃO DÁ PARA MUDAR O COMEÇO MAS, SE A GENTE QUISER, VAI DAR PARA MUDAR O FINAL!"

[Elisa Lucinda]

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