sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

"The circle game" ou sobre o tempo e a vida

Essas férias estão sendo diferentes.
Até agora, eu sempre sabia qual era o próximo passo..
Ele estava bem ali: definido, claro e acessível.
Era só fazer.
Fazer, fazer, fazer.

Engraçado...
Parece que quanto mais coisas fazemos, menos pensamos sobre elas.

Pois agora eu tenho tempo...
Tempo é tudo o que tenho, na verdade.

E isso está me fazendo refletir sobre algumas coisas...
Como essas fases de transição, por exemplo.

É interessante pensar que pessoas com quem você conviveu quase todos os dias nos últimos anos, vão seguir seus caminhos, assim como você..
E que vocês não vão se ver mais com tanta frequência como antes.
Ou até, em alguns casos, não vão se ver de forma alguma.

Isso me fez lembrar de amizades que fiz em outras épocas...
Pessoas que marcaram a minha vida, e que, por mais que eu as tenha visto pouquíssimas vezes nesses últimos anos, estão vivas na minha memória e coração... Sem que o tempo tenha diminuído esse sentimento.

Talvez a vida seja isso mesmo...
Talvez sejamos apenas um cruzamento de vidas, de impressões, marcas que deixamos uns nos outros...
Embora não possamos estar presentes no dia-a-dia de todos aqueles de quem gostamos, ficamos de certa forma como parte da constituição de cada um.

Mas talvez não tenhamos percebido ainda quantas coisas nos passam despercebidas, enquanto estamos ocupados fazendo coisas, correndo pra lá e pra cá, ocupadíssimos com nossas tarefas.
Como dizer para as pessoas que fizeram a diferença na sua vida, o quanto elas são importantes pra você.

O quanto elas fizeram um dia, uma semana, ou um ano muito melhor, por fazer parte da sua vida.
Aquelas pessoas que contribuíram pra que você se tornasse uma pessoa, um ser humano melhor.

Hoje nós corremos, passamos voando pelos dias...
E quando vemos, o mês já acabou, o ano está virando.
E o que resta pra nós?

Novas etapas estão começando...
Que nós possamos fazer delas o melhor possível.
Prestando atenção no que realmente importa...
Ou seja... as relações com as pessoas que fazem a diferença na nossa vida.


Porque a vida adulta está aí...
com todas as suas exigências, projetos e trabalhos.
Cuidemos pra que ela não seja só isso.



Joni Mitchell - The circle game

Carrossel
(ou "jogo do círculo")

Ontem uma criança começou a se perguntar
Prendeu uma libélula dentro de um vidro
Temerosa quando o céu estava cheio de trovão
E chorosa ao cair de uma estrela
Depois a criança deu dez voltas em torno das estações
patinou sobre dez córregos límpidos e congelados
As palavras, quando você é mais velho, devem seduzi-lo
E as promessas de algum dia fazem os sonhos dele.
E as estações vão girando, girando
E os pôneis pintados sobem e descem
ficaram presos no carrossel do tempo
Não podemos retornar, podemos apenas olhar para trás
De onde viemos
E vão girando e girando e girando
No carrossel

Dezesseis primaveras e dezesseis verões se passaram agora
Carroças se tornam carros através da cidade
E as pessoas dizem a ele:
"Não tenha pressa, não vai demorar agora
Até que você arraste os pés para reduzir a velocidade do círculo
E as estações giram e giram e giram
E os pôneis pintados sobem e descem
Estavam presos no carrossel do tempo
Não podemos retornar, podemos apenas olhar para trás
De onde viemos
E vão girando e girando e girando
No carrossel

Então, os anos passam e agora o garoto tem vinte anos
Embora seus sonhos tenham se perdido, alguma coisa grandiosa está surgindo
Haverá novos sonhos, talvez sonhos melhores e plenos
Antes que o último ano se acabe
E as estações giram e giram e giram
E os pôneis pintados sobem e descem
Foram presos no carrossel do tempo
Não podemos retornar, podemos apenas olhar para trás
De onde viemos
E vão girando e girando e girando
No carrossel
_

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Só de Sacanagem

"Meu coração está aos pulos!

Quantas vezes minha esperança será posta à prova?

Por quantas provas terá ela que passar? Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu, do nosso dinheiro que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós, para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.

Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?

Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?

É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.

Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam: "Não roubarás", "Devolva o lápis do coleguinha", "Esse apontador não é seu, minha filha". Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar.

Até hábeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar e sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará. Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar.

Só de sacanagem! Dirão: "Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo mundo rouba" e vou dizer: "Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau."

Dirão: "É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal". Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal.

Eu repito, ouviram? Imortal! SEI QUE NÃO DÁ PARA MUDAR O COMEÇO MAS, SE A GENTE QUISER, VAI DAR PARA MUDAR O FINAL!"

[Elisa Lucinda]

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