quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Um exemplo da palhaçada

Sei que já faz uns dias e que as pessoas podem até já estar cheias de ouvir falar disso.
Mas tenho que comentar uma parte da reportagem feita pelo Fantástico a respeito de irregularidades dos vereadores de algumas cidades do RS.
Como todos já sabem, a reportagem mostrou alguns vereadores e parentes deles fazendo turismo com dinheiro público.

O que mais me impressionou foi a fala da sogra de um vereador, flagrada pela reportagem, que traduz com perfeição a mentalidade presente na política brasileira e nos estabelecimentos públicos.
Preste atenção na última frase da mulher:


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Repórter: Ontem a senhora também foi vista no Paraguai, como é que a senhora explica isso?
Dalva: Eu não fui no Paraguai.
Repórter: E anteontem a senhora foi também.
Dalva: Não. Eu fui de noite, nós saímos de noite num passeio, só.
Repórter: Nas Cataratas, a senhora não foi?
Dalva: Não.
Já em Foz do Iguaçu, tentamos falar novamente com a sogra do vereador. “Por favor, parou! Agora, parou, chegou”, disse ela.
Repórter: A senhora é funcionária administrativa.
Dalva: Eu sou funcionária administrativa e tenho o direito de fazer o que eu quiser.
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Não, minha senhora, na verdade a senhora não tem o direito de fazer o que quiser.
Não com o dinheiro público, por nenhum motivo...

Pois enquanto vocês pegam o dinheiro púbico para passear, os bons cidadãos não tem direito nem a uma boa assistência de saúde, que dirá fazer passeios turísticos...

E isso é mais que corrupção, é injustiça com os cidadãos que trabalham dignamente a vida inteira pra só se estrepar por causa da má administração, má fé e má índole de pessoas como vocês.

Mas ainda bem que a festa de vocês acabou.
Pelo menos até o próximo escândalo vir à tona...
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Só de Sacanagem

"Meu coração está aos pulos!

Quantas vezes minha esperança será posta à prova?

Por quantas provas terá ela que passar? Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu, do nosso dinheiro que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós, para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.

Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?

Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?

É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.

Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam: "Não roubarás", "Devolva o lápis do coleguinha", "Esse apontador não é seu, minha filha". Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar.

Até hábeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar e sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará. Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar.

Só de sacanagem! Dirão: "Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo mundo rouba" e vou dizer: "Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau."

Dirão: "É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal". Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal.

Eu repito, ouviram? Imortal! SEI QUE NÃO DÁ PARA MUDAR O COMEÇO MAS, SE A GENTE QUISER, VAI DAR PARA MUDAR O FINAL!"

[Elisa Lucinda]

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